Gestão Hospitalar

Departamento financeiro: controles para evitar o vermelho

Manter a saúde das finanças do hospital implica na conciliação de processos e gerenciamento de outros departamentos

Por Editorial GesSaúde

Com as constantes mudanças no cenário do mercado, manter o cliente no centro do negócio pode se tornar uma tarefa complexa para a operação de um hospital que não tiver uma cultura organizacional equilibrada e amparada por processos e boas práticas de gestão. Nesse ambiente, a saúde financeira da instituição pode ser um dos principais aliados do gestor que se preocupa com a segurança do paciente e a qualidade dos serviços prestados. O Departamento Financeiro, portanto, deve ser estruturado de maneira a garantir recursos para cumprir os objetivos estratégicos da organização, conforme explica o gerente financeiro do Hospital Albert Sabin, Marcelo Fabiano Campos Vieira.

Conforme o executivo, atingir um nível de segurança financeira exige do gestor responsável por esse departamento planejamento, controles, análises e estudos que buscam melhoria contínua e eficiência operacional. “Conciliar a gestão de fluxo de caixa com a governança de resultados é fundamental para o sucesso da gestão financeira”, salientou Vieira. Ainda conforme o especialista, o Departamento Financeiro deve ser estruturado conciliando processos organizacionais e outros departamentos:

  • Gestão de pagamentos e recebimentos;
  • Gestão de custos;
  • Gestão orçamentária e relatórios gerenciais;
  • Contabilidade;
  • Tesouraria.

O intercâmbio orgânico entre esses departamentos e operações permite melhores feedbacks à alta gestão, além de ampliar as capacidades do hospital em atingir metas e objetivos estratégicos. “Ter uma integração contínua entre todos os setores permite agilidade na informação e tomada de decisão, evitando perdas e descontrole financeiro”, explicou o diretor departamental.

Outro aspecto que demanda atenção da alta gestão é o gerenciamento de recursos. Conforme Vieira, esse processo é fundamental para garantir a continuidade do negócio de forma eficiente e perene. “Mão de obra, contratos e médicos são as principais despesas de um hospital. Devido a necessidade de sustentar uma operação contínua, os hospitais necessitam sempre buscar a eficiência na gestão de custos, permitindo assim a sustentabilidade financeira. A gestão operacional do hospital deve estar totalmente alinhada à gestão financeira, evitando assim desperdícios de recursos, bem como uma maior eficiência dos serviços, reduzindo ociosidades e perdas”.

Controles

Durante a jornada da maturidade da gestão manter métricas de acompanhamento, fiscalização constante e controles fazem parte do leque de técnicas que favorecem a saúde financeira da organização de Saúde. “Os controles são importantes para saúde financeira do hospital e passam por um bom planejamento financeiro em que poderemos atribuir metas”, reforçou o diretor financeiro do Hospital Albert Sabin. Para isso, o especialista cita algumas formas de conquistar um nível de qualidade para a gestão de finanças:

  • Uma gestão de custos bem estruturada é fundamental para apuração de resultados mais precisa, onde poderemos reavaliar serviços e também decidir onde deve ser investido os recursos;
  • A gestão de recebíveis atualmente é um dos controles mais precisos e ágeis que um departamento financeiro hospitalar deve ter;
  • A glosa é o principal agressor da gestão do fluxo de caixa e garantir uma eficiência nesta operação conduz a instituição a uma saúde financeira saudável.

No caso das glosas, o gestor ressalta a importância de os hospitais estarem atentos para a mudança da forma de pagamento, alteração na relação hospital/operadoras de Saúde e os prejuízos advindos com o fee-for-service. “Os trâmites burocráticos como autorizações e prorrogações emitidas pelas operadoras de Saúde prejudicam a gestão financeira do hospital, visto que o prazo de recebimento muitas vezes acaba se estendendo, impactando muitas vezes a gestão de caixa”.

O fee-for-service, já em desuso em diversos países, faz parte da lista de transformações que vão impactar os hospitais ao longo de 2019. “O modelo de remuneração atual é mais custoso para o sistema de saúde como um todo, pois é necessária uma estrutura administrativa, financeira e comercial muito maior para controlar e operacionalizar os atendimentos, além de proporcionar uma discussão de glosa que muitas vezes acabam se prolongando. Este modelo não remunera adequadamente os serviços e a previsibilidade acaba sendo comprometida para uma gestão mais eficiente”, completou Vieira.

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