Gestão Hospitalar

I Congresso Brasileiro de Maturidade de Gestão na Saúde: sucesso de evento mostra que setor está em constante transformação

Especialistas apresentaram novidades e tendências, segunda edição do encontro está marcada para outubro de 2019

Por Editorial GesSaúde

Os gestores hospitalares brasileiros precisam com urgência enxergar e compreender as mudanças que afetam o setor de Saúde. A transformação que está em vigor vai alterar modelos de remuneração e pagamento, o relacionamento entre equipes médicas e instituições e a forma como operadoras e hospitais atuam no mercado. Esse cenário e a necessidade constante de amadurecer a gestão foram o mote das discussões durante o I Congresso Brasileiro de Maturidade de Gestão na Saúde, no último sábado (1º de dezembro). Como a transformação na Saúde é um processo que se estende para os próximos anos, em 2019 a segunda edição do evento já está marcada para outubro. Confira as fotos no final desta publicação.

“O encontro reuniu importantes gestores da Saúde e membros da Comunidade Maturidade de Gestão para abordar a transformação no setor que, estão tornando cada vez mais desafiadora a atividade de gerir instituições de Saúde no Brasil”, apontou Roberto Gordillho, CEO da GesSaúde.

A plataforma de palestras do congresso foi pautada por novidades que influenciam diretamente a gestão dos hospitais. Em 2018, por exemplo, o Governo Federal promulgou a Lei de Proteção de Dados Pessoais, legislação que ainda está sendo absorvida pelas organizações de Saúde. O tema foi explicado pelo professor da Faculdade de Direito de São Bernardo Guilherme Forma Kafkle. “Se as instituições não se adaptarem e se atentarem para a necessidade de compreenderem as obrigações e sanções, podem sofrer problemas sérios com a Justiça”, apontou o jurista. “Porém, a Lei de Proteção de Dados contribui muito para a Saúde do País, uma vez que permite a migração do prontuário do paciente. De qualquer forma, para que isso aconteça, é necessário que os gestores atualizem o corpo técnico para se adequarem à nova lei”, ressaltou.

Santas Casas

Como parte da complexidade do mercado de Saúde, outra abordagem apresentada no Congresso foi a urgência de os gestores de hospitais filantrópicos aperfeiçoarem o balanço financeiro de forma a garantir a continuidade da prestação do serviço. Esse painel foi moderado pelo médico e professora da Universidade de São Caetano do Sul, Fernando Teles de Arruda. O diretor técnico da Santa Casa de Araçatuba, o médico Sérgio Smolentzov, apresentou a evolução da mudança de cultura de gestão da organização. Após um cenário de caos, folha de pagamento desestabilizada, falta de recursos para novos investimentos, a Santa Casa do interior de São Paulo está em processo de reversão da situação. “As áreas médica e administrativa devem andar de mãos dadas. O foco da gestão tem de ser direcionado para as pessoas e os processos. Se isso não acontecer, as organizações filantrópicas não vão conseguir fechar a conta no azul”, avaliou o médico.

Em seguida a diretora administrativa do Hospital Santa Izabel, a Santa Casa da Bahia, descreveu a aplicação da cultura Lean Healthcare na organização. A metodologia, conforme a gestora, permitiu ampliação do número de leitos no hospital, além de ter reduzido o tempo médio de espera do paciente de baixo risco no pronto atendimento adulto. “Foi um projeto implantado ao longo de dois anos e que conseguimos muitos resultados positivos, além de aumentar valor e segurança para os pacientes”, comentou Mônica.

Modelo de pagamento

A revolução na Saúde vai mudar inclusive o modelo de remuneração. O atual fee-for-service desestabiliza o setor por ensejar uma “queda de braço” entre hospitais, operadoras de Saúde e fontes pagadoras, diminuindo a qualidade do serviço prestado ao cliente. O panorama foi apresentado pelo fundador da consultoria Arquitetos da Saúde e autor do livro “Saúde é Coisa Séria”, Adriano Londres, e pelo médico e presidente da Federação Baiana de Saúde (Febase) e vice-presidente da Confederação Nacional de Saúde, Marcelo Brito. O painel, que foi um dos mais comentados durante o congresso, foi moderado pelo executivo líder de Saúde da KPMG, Daniel Greca. Na oportunidade, o presidente da Febase apresentou o Captation Reverso, um modelo disruptivo de remuneração que promete eliminar os trâmites impeditivos entre organizações de Saúde e operadoras, além de melhorar o relacionamento entre cliente e os profissionais da área médica.

O I Congresso de Maturidade de Gestão na Saúde foi encerrado pelo painel Transformação Digital e Revolução 4.0 na Saúde, moderado pela editora-chefe do portfólio de Saúde da UBM Brasil, Nathalia Nunes, consultora para Mercado e Inovação. As exposições ficaram por conta do médico e consultor da Folks Leandro Miranda e o engenheiro e sócio-diretor da Engenios Organização de Saúde, José Luis Bruzadin.

Fotos: Julian Marques

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