Gerenciamento de Processos de Negócios (BPM)

O papel do gestor no gerenciamento dos processos hospitalares

Mudança de cultura organizacional necessária para gerenciar processos depende da evolução da maturidade de gestão

Por editorial GesSaúde

O gerenciamento de processos hospitalares é importante ferramenta para medir a qualidade do ambiente das organizações de Saúde, por meio do planejamento e monitoramento das rotinas. Com ele é possível definir as metas e corrigir o rumo quando necessário. Mas, sem um gestor comprometido e com elevado nível de maturidade de gestão, a metodologia, sozinha, não é capaz de trazer os resultados esperados.

O gestor deve estar à frente de todo o planejamento para identificação, implantação e revisão dos processos de um hospital ou de sua área. Caso ocorram falhas, há impacto nos diversos departamentos e equipes envolvidas em cada processo, conforme a coordenadora do MBA em gestão de Saúde do Centro Universitário São Camilo, Cláudia Raffa. Para a especialista, é preciso mais que informatização para dar conta do recado. “Não adianta investir em softwares sem saber de que forma eles auxiliarão o trabalho da instituição. A mudança de cultura organizacional deve partir do gestor, que precisa se certificar que toda a sua equipe está desempenhando um bom trabalho.”

O gerenciamento de processos auxilia o trabalho do gestor porque, com as rotinas desenhadas, cada um sabe seu papel no desempenho das atividades e, na teoria, não precisa ser supervisionado o tempo todo ao realizá-las, além de ter uma expectativa muito precisa do resultado esperado. Para que isso se torne prática, no entanto, a coordenadora destaca a importância da capacitação dos funcionários, realizada de forma integrada. “O ideal é que todos conheçam as etapas envolvidas nos processos a fim de saber de que forma eventuais erros podem impactar no conjunto.”

Além de capacitadas, as equipes devem estar também engajadas e motivadas, o que depende diretamente do nível de maturidade de gestão hospitalar da organização de Saúde. Os grandes líderes das empresas, incluindo as do setor, precisam de três princípios de trabalho essenciais: liderança, devido ao contato direto com as pessoas; técnica, que lhes garante o conhecimento específico inerente à função; e método, que pode ser traduzido como o caminho para se alcançar resultados.

Auditorias internas

Como parte desse último princípio, é essencial que a revisão periódica integre as políticas de gerenciamento de processos hospitalares, conforme a especialista Cláudia Raffa. Por meio da reavaliação das rotinas é possível identificar onde estão ocorrendo falhas e de que forma corrigi-las. “Processos não podem ser estanques. Eles precisam ser constantemente aprimorados por meio da revisão, porque é impossível alcançar resultados diferentes executando as atividades sempre da mesma maneira. É preciso arriscar por meio de novos processos para, assim, atingir as metas e, mais que isso, melhorá-las.”

A coordenadora do Centro Universitário São Camilo lembra da importância de haver no hospital um setor específico responsável pela realização de auditorias internas dos processos hospitalares. Essa atividade está diretamente ligada à qualidade do serviço prestado pela organização de Saúde e tem como responsabilidade avaliar, de forma integrada, todas as rotinas de trabalho da instituição. “Nesse ponto o papel do gestor também é essencial, pois é ele que irá garantir a liberdade necessária para que os auditores proponham alterações, até mesmo se essas propostas incluírem a mudança do gestor”, explica Cláudia.

A especialista destaca que todos os gestores podem desenvolver as habilidades necessárias para gerenciar processos hospitalares de forma a alcançar as metas da instituição. Para ela, o caminho é a busca constante por conhecimento e aperfeiçoamento. Para se tornar um excelente líder, é preciso desenvolver habilidades técnicas, humanas e conceituais e evoluir a maturidade de gestão hospitalar diariamente – e ao lado de uma equipe forte e comprometida com esse projeto.

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Foto: Pixabay

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