Gestão Hospitalar

Gestão da enfermagem reduz erros e eventos adversos

Mudança de cultura, adoção de metodologias, tecnologias e capacitação são essenciais para o departamento

Por Priscilla Martins

A enfermagem é uma das áreas mais importantes de um hospital. Ela é responsável por todo o cuidado integral durante  atendimento de saúde prestado ao paciente, desde a pré-avaliação do paciente até o acompanhamento do pós-alta. Por estar tão envolvida na assistência, sua gestão é fundamental para garantir a redução de erros e eventos adversos na Saúde.

O Coren (Conselho Regional de Enfermagem do Estado de São Paulo) define 13 tipos de erros de enfermagem: erro de medicação, erro de prescrição, erro de dispensação, erro de omissão, erro de horário, erro de administração não autorizada de medicamento, erro de dose, erro de apresentação, erro de preparo, erro de administração, erro com medicamentos deteriorados, erro de monitoração e erro em razão da não aderência do paciente e da família. E as principais causas dessas ocorrências estão diretamente ligadas à gestão: faltas de protocolos e de relatórios padronizados, ausência de treinamento e capacitação, desatualização quanto aos avanços tecnológicos, manuseio incorreto de equipamentos, troca de prontuários, falhas de comunicação e integração entre os setores, ortografia ilegível da prescrição médica, entre outros.

A gestão da enfermagem, portanto, é crucial para garantir a segurança do paciente no ambiente hospitalar. Para garantir boas práticas de gestão, é preciso aliar três fatores principais: mudança de cultura, adoção de metodologias e tecnologias e, por fim, capacitação. Saiba mais sobre cada um deles:

1- Mudança de cultura

A segurança do paciente precisa ser encarada como o principal compromisso do hospital. A sua garantia deve permear todas as etapas da assistência, com o engajamento dos profissionais desde a mais alta-gestão até os colaboradores. O paciente no centro do negócio é essencial para que o gestor de enfermagem possa conduzir ações que evitem erros. A criação de uma cultura educativa, e não punitiva, também é um fator determinante para o sucesso dessa alteração de mindset.

Atender aos critérios de segurança auxiliar na diminuição de riscos, redução de gastos desnecessários e evita desperdícios além de ser uma normativa do ministério da saúde com base na orientação da OMS(organização Mundial de Saúde)

2- Adoção de metodologias e tecnologias

Metodologias como o gerenciamento de processos, uso de protocolos clínicos e outras formas de prevenção fazem a diferença para uma boa gestão da enfermagem. A adoção de tecnologias como o prontuário eletrônico do paciente, além do circuito fechado de medicamentos e checagem beira-leito, por exemplo, facilitam o controle de todas as etapas envolvidas na enfermagem, da dispensação à administração do medicamento, por exemplo.

3- Capacitação

Não adianta nada investir em metodologias e tecnologias e incutir no colaborador a importância da segurança do paciente se ele não for treinado para extrair o melhor das práticas. A equipe de enfermagem precisa passar por capacitação constante, acompanhando as mudanças tecnológicas que evoluem rapidamente. É papel do gestor acompanhar o desenvolvimento de seus colaboradores, mas é também responsabilidade individual de cada um deles se manter informado e atualizado para garantir o máximo na prestação da assistência, ampliando a qualidade e segurança do paciente.

Com gestores preparados para encarar o desafio e profissionais capacitados, a segurança do paciente se torna uma consequência da maturidade de gestão de um hospital.

Priscilla Martins é enfermeira, especialista na área assistencial e consultora da GesSaúde. É classificadora de risco pelo protocolo de Manchester; especialista em enfermagem com ênfase em nefrologia e pós graduada em Gerenciamento de projetos.

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