Gestão Hospitalar

Medicina preventiva e a utilização de Práticas Integrativas

Prevenção e promoção da saúde fornecem melhor qualidade no atendimento e cuidado ao paciente

Por Priscilla Martins*

Devido às transformações no mercado de Saúde, que englobam desde a mudança das gerações e a maneira como se comportam no mundo, avanços tecnológicos e os novos modelos de remuneração, já não é uma surpresa dizer que a medicina apenas curativa está fortemente em fase de evolução para o modelo de assistência preventiva. Grandes empresas no setor, como operadoras e hospitais, estão investindo em ambulatórios desse modelo de assistência para acolher os pacientes e reduzir os agravos no cuidado, utilizando para isso orientações multiprofissionais.

As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) surgiram no Sistema Único de Saúde (SUS) em 2006, após reconhecimento e indicação da OMS (Organização Mundial de Saúde) para que, uma vez agregadas aos tratamentos convencionais, proporcionassem melhores estratégias cuidados aos pacientes. Há alguns anos, as práticas integrativas eram fornecidas apenas por clínicas particulares. Esse cenário tem mudado e alguns convênios já possuem cobertura para sessões de acupuntura, por exemplo.

A busca por acesso à práticas integrativas tem aumentado nos últimos anos. Conforme o Ministério da Saúde, foi registrado um crescimento na busca por esse serviço de 46% entre os anos de 2017 e 2018. Isso é um reflexo das novas formas de interação entre população e organizações de Saúde, como a coparticipação no cuidado e tratamento.

Atualmente os profissionais das categorias de medicina, enfermagem, odontologia, fisioterapia, e de Saúde em geral possuem qualificações adequadas para atuação nas Unidades Básicas de Saúde com foco na prevenção, promoção, manutenção e recuperação da saúde através de uma atenção humanizada e centrada na integralidade dos indivíduos com base nos princípios do SUS.

Atualmente sabemos que as 29 PICS oferecidas no sistema público (como acupuntura, yoga, reiki, homeopatia, shantala, reflexoterapia) ainda não estão disponíveis em 100% do território nacional, mas a intenção do Ministério da Saúde é que gradativamente ocorra uma expansão  destas práticas, que podem ser procuradas pelos usuários por meio de demanda espontânea ou com a indicação de um profissional da equipe multidisciplinar.

Estudos diversos evidenciam a redução de riscos cardiovasculares e melhora da depressão com sessões de meditação. Em outro estudo, 51% dos pacientes relatam que com as práticas de reiki e reflexologia podal evoluíram com melhora nas dores do corpo e estresse. Conforme Daniel Amado (Coordenador nacional de práticas integrativas e complementares em Saúde) a prática do Tai Chi Chuan por utilizar de movimentos lentos favorece exercício para a mente e auxilia na prevenção de quedas, pois os pacientes relatam menor medo de cair além da percepção de aumento do equilíbrio.

A prevenção é o futuro da Saúde com a redução dos riscos e casos de doenças confirmadas, além de ser um forte aliado na redução dos custos dos serviços de Saúde e assim cada vez mais novas práticas e formas de cuidar poderão ser integradas a assistência ao paciente. Com maior acesso a informações e disponibilidade de recursos, pacientes e equipes de Saúde poderão trabalhar o cuidado integrando corpo e mente, sempre com o olhar holístico ao ser humano.

*Priscilla Martins é enfermeira, especialista na área assistencial e consultora da GesSaúde. É classificadora de risco pelo protocolo de Manchester; especialista em enfermagem com ênfase em nefrologia e pós graduada em Gerenciamento de projetos.

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