Estratégia Empresarial

Planejamento empresarial: desdobrando metas em objetivos estratégicos

Apoio de metodologias como BSC e 5W2H promove visão sistêmica sobre desafios e objetivos da instituição e distribui, entre todos, responsabilidades para atingir os objetivos

por editorial GesSaúde

Hospitais são organizações complexas, inseridas em um ambiente que se torna, progressivamente, mais competitivo, desafiador e impactado pelo avanço da tecnologia. Nesse contexto, o planejamento empresarial é um processo decisório que reflete a maturidade de gestão hospitalar e busca compatibilizar os legítimos interesses da organização, dos clientes, dos colaboradores e dos outros grupos envolvidos no cuidado da saúde.

Hospital: saiba como elaborar o planejamento estratégico

De acordo com Marcelo Esteves, docente dos cursos de pós-graduação de administração hospitalar e gestão da qualidade em organizações de Saúde do Centro Universitário São Camilo, houve uma mudança importante e recente no que é considerado como resultado para os hospitais. “Se antes os gestores precisavam fundamentalmente alcançar lucro ou superávit, agora a sustentabilidade exige também a consideração de aspectos sociais e ambientais. Ou seja, o grau de exigência sobre as organizações e seus líderes aumentou.”

“A velocidade, a intensidade e a imprevisibilidade das mudanças ambientais conduzem à necessidade de um contínuo monitoramento e adaptação da organização. Já não se pode mais aguardar a chegada de um novo ciclo de planejamento, tipicamente anual, para só então conferir resultados e promover as ações adaptativas necessárias. Esse processo contínuo é a administração estratégica, que deve ser incorporada ao pensamento e às atividades do gestor, independentemente do título do seu cargo ou sua posição na hierarquia”, avalia Esteves.

Metas e objetivos

Como parte da estratégia empresarial, missão, visão e valores da instituição devem ser referências para todos seus integrantes. São as pedras fundamentais e, ao mesmo tempo, os direcionadores para as decisões. Metodologias ajudam a desdobrar objetivos estratégicos gerais em metas departamentais e individuais, . Esteves cita o Balanced Scorecard (BSC), método desenvolvido pelos professores da Harvard Business School Robert Kaplan e David Norton, em 1992, que auxilia na implementação dos planos estratégicos.

Segundo o especialista, o BSC abrange as principais dimensões necessárias do negócio, de modo que as ações sejam coerentes, consistentes e encadeadas. “Com seu uso, os objetivos estratégicos de mais alto nível vão sendo progressivamente desdobrados em metas, até o nível individual  de cada um dos colaboradores. Cada pessoa saberá os resultados que esperam dela e poderá entender como cada um desses resultados contribui para os objetivos da instituição”, explica o professor do São Camilo.

A aplicação do método no planejamento empresarial do hospital dá origem a um mapa estratégico, que tem como objetivo facilitar a compreensão do encadeamento e das relações entre os principais pontos da estratégia e as metas individuais. O BSC ainda considera aquele que deve ser o principal foco de todo hospital: o cliente/paciente, seus interesses e expectativas em relação ao atendimento. Nele os vários papéis assumidos pelo cliente – tais como paciente, usuário, pagador, entre outros – podem ser trazidos e considerados, a fim de refletir na melhoria dos serviços prestados e, consequentemente, alcançar os objetivos estratégicos da organização.

O 5W2H é outra importante ferramenta de apoio. A sigla representa a resposta a sete perguntas: O  que será feito (What), por que (Why), onde (Where), por que quem (Who), quando (When), como (How) e a que custo (How Much). De acordo com o especialista do São Camilo, essa análise leva a uma checklist de atividades específicas que devem ser desenvolvidas com o máximo de clareza e eficiência por todos os envolvidos em um projeto.

“A utilização desses métodos auxilia os gestores do hospital a estabelecer metas quantitativas e verificáveis, prazos, responsáveis por cada processo, entre outros”, destaca Esteves. Com isso, a execução e a avaliação passam a ser muito mais focadas e objetivas, contribuindo mais efetivamente para o alcance dos objetivos estratégicos.

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Foto: Freepik

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