Tecnologia de Gestão

Tecnologias disruptivas na Saúde: o mundo dos superapps

Enquanto os superapps economizam tempo e dinamismo, os wearable devices jogam as organizações de Saúde para dentro dos lares

Por Roberto Gordilho

Some quanto tempo você gasta para mandar mensagens de texto e áudio, acessar os aplicativos bancários, agendas online e, na hora do almoço ou do lanche, pedir sua comida predileta. Pois é, os aplicativos surgiram com a proposta de facilitar a rotina das pessoas. Contudo, com as transformações mais recentes, esse conceito perdeu o valor devido à grande quantidade de aplicações – cada uma para determinada funcionalidade. Isso sem contar nas plataformas digitais de acompanhamento e monitoramento dos sinais do corpo. 

E como avaliar o impacto dessa revolução tecnológica para a gestão das organizações de Saúde?

Os superapps revolucionaram o mercado asiático, principalmente a China, por promoverem diversidade de serviços e economia de tempo em apenas um único aplicativo. Enquanto algumas empresas apostam na segmentação de serviços, os novos aplicativos possuem funções sortidas. Isso significa que o tempo gasto no smartphone não é mais dividido entre várias empresas. Assim, os usuários não precisam realizar cadastros, downloads e distribuir os dados pessoais entre multiplas plataformas. 

Um exemplo de superapp que ganhou o mercado brasileiro é o Qualicorp. Por meio de uma parceria estratégica com o Banco Inter, a plataforma permite que usuários tenham acesso à compra de planos e pacotes de Saúde, transações bancárias,  filiação digital em associações de classe, entre outros serviços e possibilidades de compra. 

Experiência do cliente

Um dos maiores valores por trás dos superapps é o atendimento e experiência 360°para os clientes. E por isso tais aplicações são um benchmark para o setor Saúde. As pessoas estão sempre em busca de praticidade quando querem acessar algum serviço assistencial ou voltado para o bem-estar. Simplesmente oferecer um canal de agendamento e teleatendimento e telemedicina já não é um diferencial. É necessário criar um ecossistema em que a pessoa possa comprar fármacos, obter informações adicionais sobre o próprio cuidado, adicionar ou trocar de benefícios e ticket médios, entre outras possibilidades online.

Wearables devices

E por falar em mobilidade, os equipamentos vestíveis (ou wearables devices) estão dominando o trabalho da medicina. Essas ferramentas engrossaram sua participação no mercado durante o período de pandemia da Covid-19. O distanciamento social reduziu, porém, não impediu que tratamentos, diagnósticos e atendimentos a outras enfermidades continuassem. Para acompanhar os pacientes, a gestão assistencial investiu nos wearables para monitorar sinais e frequências do corpo e, assim, promover um cuidado integral.

Esse crescimento no uso de vestíveis, contudo, teve forte engajamento dos pacientes. De acordo com um levantamento do IDC, a comercialização de wearable devices no Brasil cresceu 265% no primeiro trimestre de 2020 (epicentro da pandemia) em comparação com o mesmo período do ano anterior. Outra pesquisa, encabeçada pela Tractica, constatou que ao longo de 2021 a receita gerada pela venda de equipamentos vestíveis deve ultrapassar US$ 18 bilhões. 

Pelo estudo IDC Tracker Brazil Wearables Q1 2021, no primeiro trimestre de 2021

No primeiro trimestre de 2021 foram vendidas 964.037 unidades de dispositivos vestíveis:

  • 615.721 fitbands 
  • 348.316 fones de ouvido truly wireless 
Transformação e gestão

Os números podem garantir um mercado em expansão. Porém, para as organizações de Saúde, o ingresso de superapps e o alto consumo de wearable devices determina um dos marcos da transformação digital: as pessoas estão em busca de acessibilidade, praticidade e uma jornada satisfatória. Além disso, o empoderamento dos clientes da Saúde reflete em um maior engajamento e preocupação com o próprio cuidado e bem-estar. Portanto, todo o movimento tecnológico reforça uma mudança de cultura: é mais importante cuidar da saúde e bem-estar do que tratar doenças. 

É o momento de os gestores se apoiarem nas novas tecnologias, capacitar e treinar times e adotar estratégias de ampliação da eficiência no atendimento completo aos usuários. É uma via de duas mãos: enquanto as pessoas se valem das novas tecnologias para escolherem entre serviços e instituições, a gestão usa os mesmos recursos para atender às necessidades e perfis de consumo. 

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